OIT quer empoderar trabalhadores da cadeia produtiva da carnaúba

Nesta semana, integrantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) estiveram reunidos no Ministério Público do Trabalho no Piauí para os acertos finais de um projeto que deverá ser iniciado ainda neste semestre no Piauí. Trata-se de um Plano de Trabalho que pretende qualificar os trabalhadores da cadeia produtiva da carnaúba, atuando para ampliar suas oportunidades de trabalho e renda.

Durante a reunião, Erick Ferraz e Maria Cláudia Falcão, oficiais de Projetos da OIT, expuseram as diretrizes do plano e pontuaram que um dos principais objetivos é fazer com que os trabalhadores adquiram a capacidade de organização para também se beneficiarem dos lucros da atividade. Em parceria com o MPT, a ideia é transformar a cadeia produtiva em cadeia sustentável, onde todos ganhem.

O ponto de partida é formar um comitê executivo com parceiros de diversos segmentos, como: auditores fiscais, pesquisadores de universidades, sindicatos e poder público. “Precisamos formar uma rede de proteção desses trabalhadores, garantir a eles que não vai faltar trabalho. Mas, também são necessárias a organização em regime de economia familiar e a conscientização sobre a legislação trabalhistas e as normas de saúde e segurança”, alertou Maria Cláudia.

No próximo dia 26, haverá uma nova reunião em que serão traçadas as primeiras estratégias de atuação, com elaboração do cronograma de visita aos principais municípios produtores da cera e pó da carnaúba. Em seguida, o comitê buscará o apoio de entes públicos para a implementação de políticas públicas que minimizem o trabalho degradante nesse setor produtivo.

Potencial econômico

Segundo dados do IBGE de 2016, cerca de 96,3% da produção nacional do pó da carnaúba está concentrada nos estados do Piauí (64,6%) e do Ceará (32%). Sendo que dos 20 municípios que mais produzem, 13 estão no Piauí. Campo Maior foi o terceiro município que mais produziu, com cerca de 819 toneladas de pó cerífero. Em sequência, ocupando o quarto lugar, vem Piripiri, com 629 T produzidas no ano. Na sexta posição está Piracuruca, com 615 T. Os três municípios juntos correspondem a 10% da produção nacional.

“Reconhecemos a importância desse segmento para a economia do Estado. Por isso mesmo, é que decidimos agir para fazer com que o trabalhador entenda o valor dele nessa cadeia produtiva, que termina nas grandes indústrias do exterior”, explicou o procurador Edno Moura, coordenador do projeto Palha Acolhedora, do MPT no Piauí, que acredita em resultados promissores dessa parceria com a OIT.

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